Para "evitar o congestionamento" das unidades de cirurgia para tratamento de Obesidade, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) limitou o acesso à operação aos obesos com um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 50, numa primeira fase.
Na prática, isto significa que, para já, terão direito a uma operação 10 mil a 15 mil doentes. "É necessário dar prioridade à Obesidade Mórbida muito grave", justifica o director-geral da Saúde, Francisco George, sublinhando que, "numa segunda fase", o patamar da indicação para Cirurgia Bariátrica descerá para o IMC (peso a dividir pelo quadrado da altura) igual ou superior a 40, como estipulam as recomendações internacionais.
A decisão mereceu de imediato a contestação da Associação de Doentes Obesos e ex-Obesos (Adexo) e da Sociedade Portuguesa para a Cirurgia da Obesidade (SPCO). Carlos Oliveira, da Adexo, aponta que “o grosso da coluna dos que aguardam por uma cirurgia tem entre 42 e 48 de IMC. E não haverá hospitais a investir para tratar tão poucos doentes".
A circular da DGS estipula que cada unidade faça, pelo menos, 80 cirurgias por ano, o que será impraticável face à limitação agora determinada, acrescenta. "Isto é inadmissível. É resolver o problema por um décimo", critica também António Sérgio, presidente da SPCO, notando que um IMC superior a 50 já é "super-superobesidade".
Fonte: Lusa
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