As crianças que começam a consumir ovos após um ano de idade apresentam um risco aumentado de desenvolver reacções alérgicas, sugere um estudo australiano publicado no “Journal of Allergy and Clinical Immunology”.
A investigação, realizada pela Melbourne University e pelo Murdoch Childrens Research Institute, envolveu mais de 2.500 crianças e teve por objectivo avaliar se a idade de introdução dos ovos estava associada a um risco aumentado ou diminuído de alergia ao ovo.
Da análise, os cientistas verificaram que quando os bebés começaram a comer ovo após os 12 meses de idade, estes apresentaram um risco três vezes superior de desenvolver alergia ao ovo entre os 14 e 18 meses de idade, em comparação com os bebés que começaram a consumir este alimento entre o 4º e 6º mês de idade, independentemente do facto de terem ou não história familiar de alergia.
Dar aos bebés ovo cozido, mexido ou frito revelou ser um mais eficaz na protecção contra a alergia aos ovos do que na forma de bolos, bolachas e outros produtos. Das crianças entre os 4 e os 6 meses de idade que começaram a consumir ovo cozido, apenas 5,6% desenvolveram alergia, em comparação com 27,6% dos que começaram a comer ovo cozido depois dos 12 meses.
"Até recentemente, as orientações australianas e internacionais recomendavam que as crianças com histórico familiar de alergia começassem a ingerir alimentos alergénicos (tais como amendoim, ovos e nozes) mais tarde, por volta dos dois a três anos", disse, em comunicado enviado à imprensa, Jennifer Koplin, uma das autoras do estudo. "O nosso estudo sugere que os bebés que ingerem esses alimentos em idade precoce podem ser menos propensos a desenvolver alergias alimentares à medida que envelhecem. Parece que a introdução precoce do ovo na alimentação pode proteger contra a alergia, enquanto atrasar a sua introdução pode colocar a criança em risco aumentado de desenvolver uma alergia", acrescentou a investigadora.
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