Plantas geneticamente modificadas para produzir gorduras do tipo ómega 3, como as naturais do peixe azul, podem ajudar a combater doenças cardíacas, segundo resultados do estudo Lipgene, financiado pela Comissão Europeia, e no qual colaboraram 200 cientistas e economistas.
O estudo tinha por objectivo encontrar uma forma de aumentar os níveis desse tipo de gorduras na alimentação diária das pessoas. As plantas podem ser usadas para alimentar aves de aviário e, subsequentemente, aumentar a ingestão desse tipo de gorduras na dieta humana, sem ter de recorrer ao peixe, cada vez mais escasso.
Segundo Jonathan Napier, do Instituto de Investigação Rothamsted Hertfordshire (Inglaterra), a única maneira "sustentável" de aumentar o conteúdo de ómega-3 na dieta é com o recurso à tecnologia genética. "Não há nenhuma planta natural que tenha a capacidade de sintetizar os ácidos gordos de cadeia larga ómega-3, pelo que não há outro remédio senão recorrer aos transgénicos", assinala o perito.
O Ácido Eicosapentaenóico (EPA) e o Ácido Docosahexaenóico (DHA) são produzidos normalmente por algas marinhas microscópicas que servem de alimento a peixes pequenos, passando assim para a cadeia alimentar.
Napier extraiu genes dessas algas e inseriu-as em culturas de linhaça e colza para que produzissem esses ácidos gordos. As plantas transgénicas resultantes podem utilizar-se para alimentar as aves de aviário e outros animais. Segundo Napier, num prazo de cinco anos poderia dispor-se já desse tipo de culturas transgénicas.
Fontes: Lusa e Imprensa Internacional
ALERT Life Sciences Computing, S.A. |